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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

As noites perfeitas

As noites perfeitas começam devagar e só acabam no começar de um novo dia. 
São nelas que se adormece de cansaço, mas de músculos relaxados. Leve, o corpo flutua... 
Noites perfeitas são doloridas, ferem corpos, ferem almas... São feridas desejadas, só quem tem pode entender... 
Noites perfeitas são famintas, canibais, surrealistas... Nelas morde-se, aranha-se e come-se... o outro e até mesmo você. 
São de sede insaciável, não há líquido que baste... O que exala é o que se insere... Nenhum deles permanece... Apenas o do outro em você... 
São de frio e de calor intenso... E sem previsão de tempo... O calor te arrepia, e o frio faz arder... 
Nas noites perfeitas são despidos corpo e alma, tiram roupas, tiram máscaras... 
São repletas de palavras, das mais lindas às vulgares, que se quer ou não ouvir... 
As noites perfeitas são metáforas, sinestésicas e paradoxais: 
O que é é outra coisa... 
Os sentidos se misturam, se completam, se anulam... 
Os gemidos são olhares, os olhares são palpáveis, os toques são gritos e os gritos têm cheiros... Cheiros que só sentem os que se tocam... 
Noites perfeitas são e jamais poderão ser tudo que se precisa ter. 

Vanuza Alves

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Yin-Yang

Imagem disponível em <http://twicsy.com/i/W7E9Wd> Acesso em 30 de nov. de 2017

Não nasci pra ser anjo. Sou morada da contradição, do desejo e da inquietação.
Não nasci só para o salto, também gosto de ter os pés no chão.
Prefiro o riso alto, o abraço apertado e a piada suja. Ora apatia, ora intensidade.
Não sou só ternura, sou dor e solidão.
Esperança e amargura.
Luz e a escuridão dançam em mim.
Transbordo humanidade.
Não nasci para o padrão.
Vivo em perder, me buscar, me (re)fazer, oscilando sempre entre o contentamento e a incompletude.


Gabriela Cavalante

domingo, 26 de novembro de 2017

Importâncias

O que de fato é importante pra você? 
Tenho visto tantas coisas acontecerem no decorrer dessa minha vida louca... Tenho visto pessoas queridas morrerem injustamente; pessoas se perderem no seu próprio egoísmo, fingindo ser o que jamais serão, buscando ideias em coisas sem fundamento. Mas, citando Martin Luther King "O que vale não é o quanto se vive, mas como se vive". 
Tenho levado uma vida cheia de segredos que, se todos soubessem, acredito que nem mesmo um "oi" falariam para mim. Mas quem é que não vive assim? Será que você é digno de uma vida bem sucedida? Será que você é digno de ter amigos leais? Ou melhor: será que você tem sido esse amigo leal? Não é preciso se questionar pra percebemos o quanto somos injustos. 
Temos tempo de sobra pra mudar isso: para deixar de viver uma vida sem freio e sem valores e passar a viver uma vida de qualidade e não quantidade, sendo mais humanos e aprendendo a respeitar o espaço de cada um. Não é porque o mundo nos ensina a viver injustamente que temos que viver. Vamos andar na contra-mão e voltar ao que realmente importa. Não deixe que pessoas "cegas" te conduzam ao abismo -  pessoas cheias do seu próprio eu, e que por isso são vazias. Seja cheio de amor, alegria, paz, paciência, delicadeza bondade, fidelidade, humildade, domínio próprio. Assim passamos a viver de acordo com um só propósito: viver bem!

Wanderson Santos

sábado, 21 de outubro de 2017

Cansamos de comentar

Cansamos de comentar. Nosso problema não é Hegel, Marx, Descartes ou Rousseau: nosso problema é a realidade diária de trabalhadores e trabalhadoras, cidadãs e cidadãos, viventes, sujeitos, pessoas, comunidades e indivíduos que aqui na Terra Brasilis sofrem, riem, comem, bebem, choram, enfrentam sistemas, suportam problemas, precisam de alívio, refletem sobre seus dias, suas casas, seus bairros, igrejas, práticas esportivas, escolas, questões.
Não se faz filosofia para o avaliador. Não se faz filosofia pedindo benção pro santo do passado ou pro abade acadêmico que defende o dogma. Filosofia se faz para pessoas, para gente, no meio e como atuação na vida, na política, na estética, na ética, na poética, na prática, etc., da realidade da nossa terra, nos nossos dias. A filosofia serve às pessoas, não são as pessoas que devem servir à filosofia.
Se lemos Hegel, Marx, Descartes ou Rousseau, o fazemos não pra comentar, mas por que suas obras são possíveis ferramentas na nossa mão, instrumentos que podem ser úteis na hora de enfrentar os dias, de lutar por e com alguém, de intervir e auxiliar na solução de problemas.
Ei! Nosso tema não é "fenomenologia", "epistemologia" ou "teoria do conhecimento"; nosso tema não é "política" ou "estética"; nosso tema não é "idealismo", "subjetivismo", "realismo", "aristotelismo" ou sei lá mais qual "ismo" de uma história da filosofia e uma filosofia da história viciadas. Nosso tema é nossa gente: nossas religiões, nossas músicas, nossos gêneros, nossas práticas sexuais, nossas mobilizações, nossas inércias, as reformas políticas, nossas condições de trabalho, nossos sistemas produtivos, nossas comunidades, nossas leis, nossa pobreza, a concentração e distribuição de nossa riqueza...
Cansamos de comentar. Hora de fazer a filosofia filosofar! Hora de tirar os cabrestos das próximas gerações de filósofas e filósofos, de derrubar os saberes-poder, as estruturas de dominação da criatividade, o preço do conhecimento. Tempo de tirar das mãos dos senhores a pena para dá-las aos que seriam condenados. A filosofia não voa atrasada; é que só permitem que as corujas de minerva voem, que os papagaios andem pela casa grande, enquanto as demais aves ficam engaioladas.
De bons comentaristas o inferno já tá cheio. O que falta é filosofia comprometida em lutar para que esse lugar de perdição não exista mais...

Bruno Reikdal Lima

sábado, 7 de outubro de 2017

Sobre relacionamento abusivo

Moça, senta aqui. Precisamos conversar. Tenho muito o que falar, mas sei que pouco vai ouvir...
Hoje, antes de dormir, vá até o espelho e olhe bem para você. Tente responder: você está feliz? 
Abra o livro da tua vida, leia cada página passada, sua história, sua estrada e responda: é assim que quer seguir?
Peço que desculpe a intromissão, mas penso ter a obrigação de te ajudar a se ouvir...
Você já se disse tantas vezes tudo que eu vou falar, mas esquece que escutou, e pelo que acha que é amor, segue... Na verdade acha que segue, pois seguir é diferente: quando segue anda pra frente. E o que faz nada mais é que dar ré na sua vida...
Hoje estava olhando para você, e posso dizer: você é tão bonita! Não importa o que ele diga, sempre vai ser...! Interna e externamente, o que eu vejo é aparente e não é só eu que vejo. Por que finge que não vê?
Olha, outro dia vi suas lágrimas. Para alguns elas são nada, mas eu sei o que é chorar. É um grito. Um ato de desespero que vem do fundo do peito e desagua pelos olhos, espremidos e sofridos por não ter outra opção... 
Veja, pense bem se esse cara vale essa gota d’água que emana de você...! 
Vejo que ele não vale nada, pois alguém que a alguém trata com tamanha agressão não vale um pão embolorado... Esse cara é um safado, um covarde, um otário, que só paga de machão! Ele pouco representa, apresenta a total degradação de uma espécie que padece na ilusão de uma superiorizarão inexistente.
Temo que a agressão que eu conheço não seja nem um terço do que ele faz a você... 
Pense: você não precisa dele. Você já viveu sem ele e pode continuar a viver!
Imagino as ameaças... Que irá te abandonar, que você ficará só, que você vai dormir sozinha. Olha, eu posso lhe garantir: solidão não é pior que estar com alguém assim. O amor nunca foi isso. Eu não sei o que se passa, mas nada justifica um tratamento abusivo.
Como nomear um sentimento que machuca, que castiga, que destrói e que humilha? Que te faz chorar constantemente? Isso ai é outra coisa, que não sei se tem um nome, mas amor é diferente: o amor agrada a gente e nos faz sentir feliz!
Não se acostume com migalha, pois enquanto você come o que sobra depois de tudo vomitado, um banquete está preparado, esperando por você... 
Hoje as marcas na alma, mais tarde também na cara... Onde é que vai parar? 
Garanto: com tanta gente no mundo eu acho um absurdo você estar presa assim... 
Quebra logo essa corrente! Ela está na sua mente... 
Mande logo ele à merda, não deixe que essa fera - que nunca vai virar príncipe - te aprisione num castelo de horror construído às custas da sua dor... 

Vanuza Alves

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

A dura arte de assistir ao pôr-do-sol

Quando ainda pequeno ouvi falar, pela primeira vez, da morte de um conhecido. Eu não me preocupei porque tinha certeza que, assim como os personagens da Bíblia, depois de alguns dias a pessoa logo voltaria a vida. Eu esperei confiante durante as 72 horas, que pareceram as mais longas da minha vida. Nada. Talvez três dias fosse exclusividade de Jesus, já que Lázaro demorou quatro para ressuscitar. Não, não era. Uma semana depois eu estaria bastante desapontado.
Alguns anos depois eu fui, pela primeira vez, a um velório de uma amiga da minha mãe na igreja e odiei a horrível sensação de observar o sofrimento de todas aquelas pessoas sem poder fazer nada a respeito. Nesta época eu ainda tinha esperanças e podia jurar que, em algum momento da cerimônia, o corpo que no caixão repousava iria piscar os olhos e milagrosamente e cinematograficamente se levantar, emocionando e maravilhando a todos ao redor. Mais uma vez acabei me decepcionando. 
O tempo passou e hoje, pela primeira vez vivenciando a dor da perda em um cemitério, eu fui forçado a aceitar a realidade: eles não vão voltar. E seus corpos não estão apenas dormindo como costumamos repetir como consolo. As almas com certeza podem descansar paz, mas as capsulas biológicas onde elas habitaram em vida não poderão ser reutilizadas: estão mortas e em pouco tempo entrarão em processo de decomposição. 
Nós somos como os dias: nascemos todos imersos em expectativas e envoltos em singela beleza. Em nossa existência podemos alcançar ou não o esplendor de raios solares que façam os olhos doerem, mas infelizmente, na maior parte do dia, o clima estará parcialmente nublado, com possíveis pancadas de chuva. Em todo caso, terminaremos de forma tão sutil quanto começamos, porque o tempo não pode parar para nós. Até porque, indiferente às lágrimas que escorrem copiosamente e aos lenços que as enxugam e alheia à melancolia dos cantos congregacionais entoados por vozes embargadas, a morte, por si só, é sempre implacável. 
Eu nunca imaginei que assistir o sol se pôr poderia doer. Mas particularmente, não sou muito bom em demonstrar sentimentos em público, sejam eles bons ou ruins, então ao se despedir hoje me recuso a me aproximar e os meus olhos a umedecerem. Mas o meu rio de lágrimas escorre em silêncio, invisível, por dentro. E o choro interno se assemelha às sensações de um rolo de arames arranhando a garganta, de um pássaro cantante sendo emudecido, de uma ferida íntima sendo exposta. 
O tempo está correndo, como sempre, então de relance olho o seu rosto uma última vez e não me parece crível que aquela visão nunca mais se repetirá. Na hora do seu sepultamento ninguém tinha em mãos uma rosa para jogar, nem ouviram-se aplausos como eu imaginei que aconteceria. Mas me conforta saber que em nossas mentes você foi responsável por fazer florescer jardins eternos e que em nossos coraçoes você será ovacionado para sempre. 

Por Samu Saint, em memória de José Jorge (25/03/1929 - 16/06/2017)

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

SOMOS FILÓSOFOS, P#&&@!!!

Quando alguém que "não é da área" troca uma ideia comigo, me chama de "filósofo" - claro: estudei, tirei diplominha, ainda estudo e trampo com isso (Filosofia). Logo, adivinha qual a minha "profissão"?! Pois é... Curiosamente dentro das paredes acadêmicas a gente sempre ouve a pergunta: "E você acha o quê? Que vai ser filósofo? Não, né?!" - a vontade de responder é: "Não, vim fazer filosofia para ser arquiteto, mesmo".
Mas entendo. Não podemos ser tão "arrogantes assim" e imaginar que seríamos capazes de produzir obras tipo-Kant, tipo-Hegel, tipo-Descartes, tipo-Platão... Com certeza estes, quando escreviam, estavam pensando "Quero ser um mega-blaster-intelectual que vai entrar pro cânone", e não "Quero produzir conteúdo que dê conta dos problemas que enfrentamos aqui na nossa terra, dia-a-dia, etc." #sqn
Com certeza os seus colegas de universidade (ou academia, ou sei lá) quando os encontravam nos corredores abaixavam as cabeças e pensavam "Jamais seremos como estes semi-deuses", e desistiam de seus trabalhos. Com certeza os arquitetos quando se dão conta de que não terão o financiamento que um Niemeyer teve ou que não construirão uma Capela Cistina ou uma pirâmide Asteca desistem de sua formação, de solucionar problemas nas casas das pessoas que conhecem, que os contratam, de desenvolver projetos acessíveis para pessoas com deficiência ou para o melhor proveito da experiência humana em uma instalação. "Jamais seremos como aqueles selecionados ali. Vamos só passar um tempo e morrer de vergonha e tédio vira-lata em nossas miseráveis incapacidades inatas"...
A capacidade de ser ativo e transformador na comunidade em que se está inserido, nas relações próximas, na solução de problemas concretos e presentes, vivos, sensíveis, aqui em casa, do meu lado, na minha terra, é "menosprezada" - porque filosofia só é filosofia entrando num sistema canônico de clássicos e suas revisões. Do contrário, é... Sei lá o que!
Eu fico de boa pensando que "sou filósofo da Vila Isa" ou "filósofo na minha comunidade", "na minha família", enfrentando os problemas em diversos níveis, lugares e momentos. Professor vez por outra, filósofo como professor ou professor como filósofo. Canônico?! Duvido que quem produziu "A Filosofia" que estudamos ficou pensando em entrar pra História Universal Imutável do Progresso e Desenvolvimento Único, Unívoco e Unidirecional Humano. Estavam é solucionando seus problemas, desenvolvendo sistemas a partir dos enfrentamentos necessários ali, próximo.
Bem, mas se não for pra "entrar no cânone", não é filosofia, é só "comentador". Não pretendo entrar pros seletos, pelo jeito "você", sim. Quem que é o humildão e o arrogante nessa relação com o "ser filósofo"?

Bruno Reikdal Lima

sábado, 10 de junho de 2017

Divagações...

Pessoas que vêm e vão.

Entram em nossas vidas sem porquê, sem saber e sem querer.

Não precisa estar perto para estar junto.

Não precisa ser Deus para se sentir um pouco dono do mundo.

Não é preciso fechar os olhos para entrar em sono profundo.

Não é preciso insanidade para provar que somos loucos.

Precisamos de amor verdadeiro, por mais que isso ainda seja pouco.

Warquis S. Guedes

sábado, 27 de maio de 2017

Minha morada

Somos como nossa própia casa:

A janela dos olhos nem sempre nos dá a visão que pretendemos ter.

Nossa boca e nossa voz são portas que podem ser abertas ou fechadas com apenas uma simples palavra.

Nosso esqueleto é a nossa estrutura: a base da nossa casa, com colunas, vigas e lajes.

O quarto da nossa mente abriga vários sonhos, vontades e pensamentos...

Warquis S. Guedes

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Agro-vida-industrial - Direitos

Batatinha quando nasce
Espalha a rama pelo chão.
Nenezinho quando dorme
Põe a mão no coração
Se a agro-indústria deixar
E se o governo não retirar.

...

Christiano Bueno

domingo, 7 de maio de 2017

Tec-Tec

Tec - Tec - "Produção"

Phein - Phein - "Produção"

Aperta - Aperta (Aperta mais!) - "Produção"

Zuim - Zuim - "Produção"

Anota aí, anota já! - "Produção"

Vrum - Vrum (Vruuum) - "Produção"

Tó - Tó - Tó - Tó - (TóTóTóTó) - "Produção"

Rec - Rec - (RecRecRecRec) - "Produção"

- Uouuu... Huóóóóó - "Almoço"

Volta em 1 hora...

Christiano Bueno

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Caminho

Cantarolando caminhei, corri, cansei.
Comecei crendo, centrado, compenetrado.
Caralho, cadê coisas corretas?
Cadê certezas?
Cadê critérios?
Concordo com certos companheiros, cada cachorro... Caceta.
Consegui concretizar certas construções,
comecei com calma, cautela, cuidado.
Criei coisas caras como cristais.
Carreira? Caguei!
Certamente correrei.
Consumo café, cigarros, chocolate, codeína... Consumo cérebros. Como cérebros.
Cri com curiosidade, caí com certeza.
Chorei, calmamente chorei.
Carreguei cruz, crendo; carteira, celular, cordão, chinelo, calça, camiseta, cap, cartão, cédulas, correntes, críticas, conselhos, cartas, canetas, canções.
Concluo cantando Carlos cubano: "Caminhamos com Che!"

Gabriel Paixão

sábado, 3 de dezembro de 2016

E tudo continua - proscrito

Anúbis - Abras as portas!
Ao barqueiro - Duas moedas
Shira - Senta e obedeça
Crucifica - Morreu por nós; humilde reza!
Alá nos traz - Regras sociais
Quebra a cruz - Podes enricar
Não sabes escrever - Imagens desenhadas
Já não sentes mais - Ajoelha e ora!
Estais excluído - Protesta!
A vida não é aqui - Estudas aonde?
Já não me satisfaz - Orar para aceitar!
- Eu quero é pensar!

                     Nunca!

Christiano Bueno

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Não sei se devo criticar

Joguei uma pedra n'água
De pesada foi ao fundo.
Os peixinhos lá gritavam
Viva Dom Pedro Segundo!

Pedro Segundo, que segundo a história pouco conta
Escravagista e imperialista da Família de Bragança
Manteve com a Inglaterra toda a sua aliança

Fazendo-se oligarca do egoísmo e da herança
Achar-se dono de todas as terras, dos negros e dos tupis
Na história monta imagem benevolente e altruísta
E põe-lhes a corda no pescoço lá no Riachuelo e no Tuiuti

Da família do poder, pouco a se alegrar
Da princesa que libertas, veio apenas
Um indulto para esperar

Christiano Bueno

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Sobre a eternidade

Cheguei à trivial conclusão de que a eternidade é feita de momentos. Mais do que isso: ela não passa de uma abstração psicológica ora agradável, ora não tão agradável assim. Ciclos que se iniciam e se encerram sem parar. Novos ciclos que destroem outros. A eternidade não passa disso: de um começar e terminar que não findam, - e não de um começar que nunca termina. Ser eterno é querer estar vivo, porém morto. Pois se tudo que vive é móvel, mutável, inconstante... a eternidade do jeito que gostaríamos que existisse não passa de ilusão, de um desejo inalcançável. Somos humanos, limitemo-nos ao que nos é destinado então!
 
Amanda Costa