sábado, 27 de abril de 2019

Sketchbook




Dedicatória: Bom, esses desenhos... Boa parte deles as ideias vieram de um amigo, o Thiago. Ele é mais que um amigo: é praticamente um irmão, sempre está junto quando preciso. Mano, agradeço mesmo por sempre estar aqui em todos os momentos. 


Breno Moreira

Olá! Meu nome é Breno, tenho 17 anos e estou cursando o terceiro ano do ensino médio. Desde pequeno sempre gostei de desenhar: desenhava de tudo, mas nunca levei o desenho a sério. Foi esse ano que eu parei para olhar os meus desenhos e pensar: "Hmmm... Posso investir nisso!". Agora estou planejando abrir um estúdio com trabalhos que vão desde o desenho até escultura. Bom, esse sou eu: um carinha que com lápis e papel na mão torna visível o que só era imaginação.

sábado, 13 de abril de 2019

Catarina

Catarina andava pela Conceição, prestava atenção em cada monumento e sentia sua vibração. A árvore da saída do metrô sempre chamara sua atenção. Observava a cidade pelas margens da sociedade. Quando de repente um mendigo parou-a. Disse que estava com fome, com sono e com frio, que a vida não era a mesma desde que entrara na Capital. A garoa sempre o pegava, o que o deixava doente. A fome doía constantemente e dormir em cobertores rasgados e fedidos sempre o fazia chorar a noite. Ele disse que sempre quis ter uma banda e que era músico. Tocava violão desde os 3 anos de idade, mas o vício tirou tudo dele. Inclusive seus sonhos. O mendigo contou sobre sua família. O pai não era presente, pagava uma pensão de 100 reais com medo de ser preso. A mãe era muito controlada e possessiva e quando descobriu que ele estava começando a usar cocaína, o trancou com correntes em casa. Não ajudou muito. Ele sempre sabia onde estava a chave. E no final, ele sempre vendia mais um móvel dela, o importante era estar alucinado, quem se importava com os vidros quebrados? Ele tinha uma irmã, ela morreu espancada por um traficante. O mesmo traficante que fornecia cocaína para ele. Ser morador de rua era viver todo dia como se fosse o último, e ele havia encontrado um refúgio. O metrô. 
Catarina perguntou-lhe se ele já havia se apaixonado por alguém. E essa pergunta o deixou pensativo. Ele olhou ao redor e depois de um tempo, soltou palavras confusas. Estava distante. 
"Nunca me apaixonei por uma pessoa, mas me lembro de quando era apaixonado pela vida. Lembro de quando acordava cedo na minha casa, tinha sempre algo para comer na mesa, uma coberta macia e uma cama..." 
Catarina disse que precisava ir embora. Estava se sentindo mal. Foi em direção à estação. 
No dia seguinte, o metrô parou. A notícia era de que uma mulher havia se jogado nos trilhos ao anoitecer.
O mendigo estava perturbado. O metrô estava agitado. Pessoas atrás de pessoas correndo.
Ele ouviu boatos de que uma senhora havia se suicidado. Uma senhora?
CATARINA
não pode ser... ou podia?

Victória Suellen