quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Quebrando correntes

A escravidão não acabou
só mudou de nome, 
agregou correntes e filiou-se a partidos. 

Agora ela se chama emprego, trabalho

— só que agora remunerado. 
Sem correntes ou capitão do mato para nos caçar.

Chicotes que rasgavam 

a pele dos nossos antepassados 
foram passados de mão em mão, 
o que no século 21 é bem mais conhecido como palavrão
vindo da boca daquele o qual você chama de "patrão" [risos — pura ilusão]

Tentando entender por quê? Pra quê? 

E até onde eles pensam que vão
levando adiante esse tipo de humilhação?!

Esquecendo que dependem

da mão de obra daquele o qual exploram e agridem verbalmente
para em sua mesa por o pão, 
para que supra sua ostentação.

Somos mais fortes do que se pensa 

e não e só força de expressão! 

Quebrando correntes atuais com palavras 

sem mais precisar calejar as palmas das mãos!

Warquis S. Guedes

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Amor

Eventualmente,
alguém vem me salvar.
Acontece um dia ou outro,
às vezes uma vez no mês.
É sempre no meio da noite,
as lágrimas tomam conta de meus olhos e
assim sei que está perto.

Eventualmente,
te encontro.
Talvez,
uma ou duas da manhã.
Meu corpo começa a soar e meu coração acelera.
É assim que te reconheço.

Mas, eventualmente,
você some.
São noites solitárias sem sonhos,
sem você e sua imagem.

Ainda me lembro da última vez que sonhei contigo,
estava vestido com uma polo salmão
e aqueles malditos jeans que nunca abandonou.
Estava lindo, encantador.

Seu nome era amor.

Emillye Freitas

sábado, 21 de setembro de 2019

Viajantes etéreos

Sou mais uma alma vagando a noite por SP.
Sou mais uma alma, uma entre milhares de almas vazias.
Sou mais uma alma a espera de que alguém que amo volte.
Somos almas vagando a noite por SP.
Somos almas andando sem rumo e chorando amargura.
Somos almas desejando algo que amamos voltar.
Sou apenas mais uma alma fria e sem vida vagando a noite por SP.
Entre avenidas e becos frios, entre luzes de faróis e postes,
existem corações a espera de um amor impossível, existem mentes que pensam e não produzem.
Somos pessoas que sonham com um futuro brilhante.
Somos apenas almas vagando a noite por esta grande cidade...
Somos apenas almas vagando por SP.

Annie Stephanie

sábado, 6 de julho de 2019

Cotidiano

No cotidiano, o gosto do café e da comida requentada me incomoda. 
No cotidiano, as olheiras e manchas que crescem durante a semana me atordoam. 
No cotidiano, abuso de coca diet, café, cigarros, drogas lícitas, para não surtar. 
No cotidiano, engulo fel, sangue e ranho tentando me acalmar. 
No cotidiano, sinto que minha alma fugiu desse corpo, pois não há emoções, nem grandes eventos acontecendo ao redor desta capa. 
Superestimando pra caralho, absorvendo os fatos de menos. 
Fantasiando com as mesmas capas... 
É assim que estou vivendo. 

Simone Roza

terça-feira, 18 de junho de 2019

De fé!


Marco Aurélio

Olá! Sou o Marco Aurélio, atuo na área da Educação há 20 anos e comecei a desenhar na adolescência. Aos vinte e poucos anos fiz alguns grafites, mas parei de desenhar por pelo menos uns quinze anos. Do ano passado para cá voltei a desenhar e divulgar um pouco das coisas que eu faço, como artes para tatuagem, lettering e ilustrações em geral. Tem sido bem gratificante, pois não pensava em desenhar mais. E posso afirmar categoricamente que se tiver alguém que desenhe, não desista. Vá em frente! E quem quiser conhecer um pouco mais do trabalho, passa lá no Instagram e segue a página @penabrancadefe. 
Obrigado pelo espaço. 
Abraço!

sábado, 27 de abril de 2019

Sketchbook




Dedicatória: Bom, esses desenhos... Boa parte deles as ideias vieram de um amigo, o Thiago. Ele é mais que um amigo: é praticamente um irmão, sempre está junto quando preciso. Mano, agradeço mesmo por sempre estar aqui em todos os momentos. 


Breno Moreira

Olá! Meu nome é Breno, tenho 17 anos e estou cursando o terceiro ano do ensino médio. Desde pequeno sempre gostei de desenhar: desenhava de tudo, mas nunca levei o desenho a sério. Foi esse ano que eu parei para olhar os meus desenhos e pensar: "Hmmm... Posso investir nisso!". Agora estou planejando abrir um estúdio com trabalhos que vão desde o desenho até escultura. Bom, esse sou eu: um carinha que com lápis e papel na mão torna visível o que só era imaginação.

sábado, 13 de abril de 2019

Catarina

Catarina andava pela Conceição, prestava atenção em cada monumento e sentia sua vibração. A árvore da saída do metrô sempre chamara sua atenção. Observava a cidade pelas margens da sociedade. Quando de repente um mendigo parou-a. Disse que estava com fome, com sono e com frio, que a vida não era a mesma desde que entrara na Capital. A garoa sempre o pegava, o que o deixava doente. A fome doía constantemente e dormir em cobertores rasgados e fedidos sempre o fazia chorar a noite. Ele disse que sempre quis ter uma banda e que era músico. Tocava violão desde os 3 anos de idade, mas o vício tirou tudo dele. Inclusive seus sonhos. O mendigo contou sobre sua família. O pai não era presente, pagava uma pensão de 100 reais com medo de ser preso. A mãe era muito controlada e possessiva e quando descobriu que ele estava começando a usar cocaína, o trancou com correntes em casa. Não ajudou muito. Ele sempre sabia onde estava a chave. E no final, ele sempre vendia mais um móvel dela, o importante era estar alucinado, quem se importava com os vidros quebrados? Ele tinha uma irmã, ela morreu espancada por um traficante. O mesmo traficante que fornecia cocaína para ele. Ser morador de rua era viver todo dia como se fosse o último, e ele havia encontrado um refúgio. O metrô. 
Catarina perguntou-lhe se ele já havia se apaixonado por alguém. E essa pergunta o deixou pensativo. Ele olhou ao redor e depois de um tempo, soltou palavras confusas. Estava distante. 
"Nunca me apaixonei por uma pessoa, mas me lembro de quando era apaixonado pela vida. Lembro de quando acordava cedo na minha casa, tinha sempre algo para comer na mesa, uma coberta macia e uma cama..." 
Catarina disse que precisava ir embora. Estava se sentindo mal. Foi em direção à estação. 
No dia seguinte, o metrô parou. A notícia era de que uma mulher havia se jogado nos trilhos ao anoitecer.
O mendigo estava perturbado. O metrô estava agitado. Pessoas atrás de pessoas correndo.
Ele ouviu boatos de que uma senhora havia se suicidado. Uma senhora?
CATARINA
não pode ser... ou podia?

Victória Suellen

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Ensaios poéticos

Na manhã de primavera
Estava na janela
Lendo um lindo livro amarelo
Quando de repente passou
Um pássaro azul
E com um lindo canto me fez refletir
Gosto de viajar, ouvindo uma música suave para melhor descansar.

Vejo uma moça bonita
Vestida com um blazer bege, meio dourado e de camisa branca
Brincos dourados, com faixa cinza na cabeça
E um lenço amarelo com as beiradas arrendadas.
E a moça com os olhos arregalados
Parece estar fazendo pose para ser fotografada

Vera Lucia

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Realismo, estudos anatômicos e outros ensaios



Maria Julia

Meu nome é Maria Julia. Tenho 17 anos. Nasci em São Paulo e tenho vivido aqui até o presente momento. O gosto pela arte começou desde criança: uma caixinha de lápis de cor e um caderninho qualquer eram coisas que não podiam faltar. Aos meus 14 anos, comecei a fazer exercícios básicos de realismo, e fui me interessando pela coisa. Desde então venho me aperfeiçoando. Não acredito em Dom de forma alguma. Talvez o tão falado Dom seja apenas uma facilidade. A habilidade vem com o treino. Desenhar sempre foi algo que me trouxe paz e que eu sempre gostei de fazer. Apesar de a minha ambição ter crescido e seu significado ter se modificado ao longo do tempo, nunca me vi sem rabiscar um papel. Ainda tenho muito o que crescer na arte de se conhecer. Ainda estou aprendendo, estudando desenho e design. Sou mais do que tudo aluna da vida.