terça-feira, 18 de novembro de 2014

...

Tudo o que eu quero é não querer nada. 
Um brinde à anomia: síntese utópica da real liberdade.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

(In)dependência

Posso até dizer o que você quer ouvir... Mas não vou dizer o que você quer que eu diga.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Oração

Que a luz do dia ilumine minha mente e aqueça meu coração... Que o vento sopre nas janelas da minha alma e renove meu espírito. Que a doce melodia do pássaro do silêncio corra pelas minhas veias... Me embriague ao ponto que me faça atingir o coma da lucidez. Enfim, que o presente seja intenso e verdadeiro. Intenso e verdadeiro... ...

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Agonia

O passado não existe. E o futuro sempre está por vir, mas é incerto... Sendo assim, não é de fato, portanto também não existe. O que nos resta é o presente: uma frágil e tênue linha que oscila entre dois polos inexistentes. Imagine-se sobre uma corda bamba na qual não se pode recuar ou avançar: talvez essa seja a ilustração que melhor retrate o desespero frente ao absurdo da existência.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Confissões

Desejos

Já desejei, ardentemente, o anonimato. Queria ser anônimo. Tão anônimo... A ponto de não existir para ninguém. Nem pra mim mesmo. 

Ébrio: uma garrafa de (in)sanidade ou ensaio de lucidez

Confesso que boa parte das visualizações desta página foram feitas por mim mesmo, enquanto a editava e até posteriormente à fase de edição. Talvez isso alimente uma ilusão de que o que escrevo está sendo lido e essa ilusão me traga um certo conforto... Uma doce soberba. Mas, se estou enganado— e quero estar soberbo —, se você de fato existe, caro leitor, ouso perguntar-lhe - e há de me responder com a paciência com que se atura um ente querido ou amigo nos mais loucos transes etílicos: o que o traz aqui? O que motiva sua visita? PORQUÊ O INÚTIL LHE APRAZ??? Lamento a sinceridade, és louco!

Liberdade e inércia

Ando devagar... mas não porque já tive pressa. Aliás, nem sei se "ter pressa" é o termo mais adequado. Hodiernamente, mais acertado seria dizer que a pressa nos tem. Sim, ela se apossou de nós. E o fez de tal modo que nos sentimos estranhos quando encontramos alguém - ainda existem esses raros momentos - que não padeça dessa conditio sine qua non da contemporaneidade. Reagimos como se estivéssemos fazendo contato com um universo paralelo e distante... 
... Mas... este não é nosso foco. Como o título sugere, trata-se de uma confissão. Voltemos a ela. 
Ando devagar pelo simples desejo de conter o desejo... Desejo de desperdício, de conter energia para não fazer absolutamente nada com ela. E não me refiro a um suposto "ócio criativo" pois até este tem um direcionamento. Refiro-me a um simples "nada fazer" circular, já que seu fundamento e finalidade residem em si mesmo. Ainda que tudo à volta exploda... Quero estar inerte. Estou inerte.

Medos

Já tive medo de ousar... Medo de que minhas ideias fossem vistas apenas como reflexo da pandemia da imitação. Medo de que sua genuinidade não fosse reconhecida. Já tive medo de que minhas ideias fossem apenas um reflexo da dita pandemia, e portanto, desprovidas de qualquer genuinidade.
Já tive medo. Já tive medo de ter medo. Já tive medo de ter medo de mim mesmo. Já tive medo de ter medo do que não existe.  

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Sobre a eternidade

Cheguei à trivial conclusão de que a eternidade é feita de momentos. Mais do que isso: ela não passa de uma abstração psicológica ora agradável, ora não tão agradável assim. Ciclos que se iniciam e se encerram sem parar. Novos ciclos que destroem outros. A eternidade não passa disso: de um começar e terminar que não findam, - e não de um começar que nunca termina. Ser eterno é querer estar vivo, porém morto. Pois se tudo que vive é móvel, mutável, inconstante... a eternidade do jeito que gostaríamos que existisse não passa de ilusão, de um desejo inalcançável. Somos humanos, limitemo-nos ao que nos é destinado então!
 
Amanda Costa

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Boas Vindas!


Se você já esteve "falando sozinho" em público - sim, isso é possível! -, já se pegou pensando em questões existenciais e insolúveis ou sofreu qualquer tipo de dificuldade por dizer coisas que as pessoas ditas "comuns" classificariam como coisa de doido ou de outro mundo, então pode se achegar e ficar à vontade que O Saber Inútil é todo nosso! É o lugar privilegiado para conversarmos sobre esses e muitos outros assuntos. Aguarde as novidades. Leia, comente, manifeste-se!

De Anima


Se ainda recordo algo de minhas aulas de latim, a palavra "ânimo" significa, etimologicamente, "alma". Assim, se você professa algum credo, recordará do que lhe fora incutido ao longo de alguns anos de doutrinação e associará este termo à noção de algo sobrenatural que existe em você e em todos os outros seres humanos, algo que te qualifica superior, por exemplo, à matéria inorgânica do planeta - certa pretensão, diga-se de passagem. Se não professa credo algum mas teve qualquer contato com a Filosofia, recordará do que lhe fora incutido num período de doutrinação, no qual a alma é frequentemente associada à uma noção de racionalidade. Sob o prisma platônico, por exemplo, ela é a única via de acesso à realidade que se encontra exclusivamente num plano transcendente. E se não professa credo algum e tampouco teve contato com a Filosofia, lembrar-se-á do que lhe fora incutido num período de doutrinação no qual alma é exclusivamente uma noção cristã de algo imaterial que exista nas pessoas, mas não em você, já que não acredita em nada - isso também é discutível. O fato é que todas as noções de alma fazem alusão a algo que exista dentro de alguém, dentro de nós. E é aí que quero chegar. E embora pareça obvio, estar "animado" depende exclusivamente de nós. Disso decorre que, esperar que algum fator externo te anime é aguardar uma possessão.




terça-feira, 8 de abril de 2014

Nada

O Nada é fantástico...! É silêncio, é imensidão, ausência, saudade, letargia...
Ele nos manipula e nos faz crer que seja todas essas coisas... E um pouco mais. Contudo, jamais existiu ou existirá. Não é possível conferir atributos ao que não existe. Se o nada ser alguma coisa ou receber qualquer predicado ele deixa de ser.
Não ser é precisamente a conditio sine qua non pela qual o nada é. Isso nos leva a um jogo de palavras interessante: o nada existe enquanto não existe.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Heresia

Costumo dizer que só eu e Deus sabemos o que se passa comigo...
Estive pensando, entretanto: Mas como isso é possível?! Estranho pensar que mais alguém tem acesso às minhas impressões do mesmo modo que eu tenho...
John Locke dizia que tudo o que somos nada mais é do que um feixe de impressões. Isso por si só já dilui o conceito convencional de consciência. O que dizer agora, crendo que "meu feixe de impressões" já não é tão meu assim?
Seria errado me perguntar sobre essas coisas?
Perdão, meu Pai.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Homem

Num universo de conceituadas definições, pesquisas e tratados, o homem ainda é um universo de incertezas e escuridão, mistério que ciência alguma pode desvelar, nem a do próprio homem.
Homem é grão de areia no universo, é universo no grão de areia.
Homem é herói e vilão e, no universo dos conflitos, vence e deixa-se vencer por sentimentos, emoções, conceitos, compreensões, ideias, alucinações.
Homem é universo de criatividade, poesia, música... Cada qual é um universo e constitui o universo do Homem em sua essência de universalidade.
Que é o homem, então?
No universo das possibilidades - de todas mesmo - Homem não se sujeita a caixilhos mesmo sendo grão de areia.
Homem não cabe no dicionário mesmo sendo constituído apenas por cinco letras.
O Homem é. Pertence ao Homem, no universo dos questionamentos, a missão de responder para si o que é.