quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Agonia

O passado não existe. E o futuro sempre está por vir, mas é incerto... Sendo assim, não é de fato, portanto também não existe. O que nos resta é o presente: uma frágil e tênue linha que oscila entre dois polos inexistentes. Imagine-se sobre uma corda bamba na qual não se pode recuar ou avançar: talvez essa seja a ilustração que melhor retrate o desespero frente ao absurdo da existência.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Confissões

Desejos

Já desejei, ardentemente, o anonimato. Queria ser anônimo. Tão anônimo... A ponto de não existir para ninguém. Nem pra mim mesmo. 

Ébrio: uma garrafa de (in)sanidade ou ensaio de lucidez

Confesso que boa parte das visualizações desta página foram feitas por mim mesmo, enquanto a editava e até posteriormente à fase de edição. Talvez isso alimente uma ilusão de que o que escrevo está sendo lido e essa ilusão me traga um certo conforto... Uma doce soberba. Mas, se estou enganado— e quero estar soberbo —, se você de fato existe, caro leitor, ouso perguntar-lhe - e há de me responder com a paciência com que se atura um ente querido ou amigo nos mais loucos transes etílicos: o que o traz aqui? O que motiva sua visita? PORQUÊ O INÚTIL LHE APRAZ??? Lamento a sinceridade, és louco!

Liberdade e inércia

Ando devagar... mas não porque já tive pressa. Aliás, nem sei se "ter pressa" é o termo mais adequado. Hodiernamente, mais acertado seria dizer que a pressa nos tem. Sim, ela se apossou de nós. E o fez de tal modo que nos sentimos estranhos quando encontramos alguém - ainda existem esses raros momentos - que não padeça dessa conditio sine qua non da contemporaneidade. Reagimos como se estivéssemos fazendo contato com um universo paralelo e distante... 
... Mas... este não é nosso foco. Como o título sugere, trata-se de uma confissão. Voltemos a ela. 
Ando devagar pelo simples desejo de conter o desejo... Desejo de desperdício, de conter energia para não fazer absolutamente nada com ela. E não me refiro a um suposto "ócio criativo" pois até este tem um direcionamento. Refiro-me a um simples "nada fazer" circular, já que seu fundamento e finalidade residem em si mesmo. Ainda que tudo à volta exploda... Quero estar inerte. Estou inerte.

Medos

Já tive medo de ousar... Medo de que minhas ideias fossem vistas apenas como reflexo da pandemia da imitação. Medo de que sua genuinidade não fosse reconhecida. Já tive medo de que minhas ideias fossem apenas um reflexo da dita pandemia, e portanto, desprovidas de qualquer genuinidade.
Já tive medo. Já tive medo de ter medo. Já tive medo de ter medo de mim mesmo. Já tive medo de ter medo do que não existe.