Eu
sei, doeu né?! Aqui também.
Inevitavelmente
a vida, ou a morte, tiram da gente o que querem sem ao menos pedir permissão.
Ainda bem! Penso que se não fosse assim eu seria colecionadora de nadas.
Enfim... Essa é a dinâmica da vida.
Foi
embora uma carreira, o homem da sua vida, a viagem dos sonhos, o dinheiro, o
cachorro, a estabilidade de um lar, a Nona, o Pai e até nossas referências de
vida.
Ouvi
recentemente: não é porque você está sofrendo que o mundo irá parar. Ainda bem
que não parou, do contrário ainda estaria presa em situações que já não mais
podiam continuar e perderia muito mais. Viva a vida!
Alguns
adeuses eu escolhi, mas nem por isso eu sofri menos. Outros eu fui obrigada a
engolir e não tive nem se quer um pãozinho como acompanhamento, foi a seco
mesmo.
A
verdade é nua, crua e nem sempre generosa. Ainda assim é a minha predileta.
Para
uns eu devo pedir perdão, para outros peço paciência enquanto exercito a minha
capacidade de perdoar. Estou aprendendo que nem tudo tem explicação. Aceitar
para doer menos... Eis meu novo mantra.
Heidegger
diz que o homem é um ser-para-a-morte visando sua plenitude no fim da existência.
De forma simplista interpreto essa morte como as perdas significativas. Vivemos
com a facticidade como companheira, ela pega nossos rostinhos e esfrega no
asfalto quente mostrando que, apesar de sermos donos de nossas vidas, não
estamos no controle de tudo. Aí eu pergunto: e quem gostaria de ter o peso
desse controle absoluto?