Há exatos 50 anos, no dia 10 de abril de 1970, Paul McCartney anunciava durante uma entrevista o fim da maior banda de todos os tempos. Após aproximadamente 10 anos de uma história musical que estava em constante ascensão e crescimento monumental, os Beatles iriam se separar de uma vez por todas.
Muitos foram os motivos que levaram às brigas e dissolução da banda, dentre os quais destacam-se a rivalidade e constantes desentendimentos entre os membros, principalmente entre John Lennon e Paul McCartney; o desânimo do guitarrista George Harrison por ter suas composições e contribuições constantemente descartadas; o baterista Ringo Starr que não se sentia valorizado pelos demais colegas; o relacionamento entre John e Yoko que desequilibrava a harmonia no trabalho em estúdio e as inúmeras dívidas e empreendimentos malsucedidos que faziam com que a banda perdesse quantidades absurdas de dinheiro.
Mas será que a história do triste fim da maior banda que já existiu pode nos ensinar alguma coisa hoje, mesmo após 50 anos?
A história dos Beatles é um exemplo de que, quando queremos e estamos dispostos a melhorar, nós entramos em uma constante evolução em todos os âmbitos de nossa vida. Ao ouvirmos o primeiro álbum, Please Please Me de 1963, não dizemos que é a mesma banda que está no álbum Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band de 1967, oitavo disco de estúdio.
É extraordinário acompanhar os primórdios da história dos 4 meninos de Liverpool, que começaram com músicas simples (porém excepcionais) de garotos apaixonados, como She Loves You por exemplo, e passaram por um amadurecimento musical que acabou por influenciar todas as gerações de músicos até os nossos dias, com letras e arranjos complexos, que apresentam uma genialidade e originalidade únicas na história da música.
O fim do Fab Four nos mostra que, por mais que algumas fases em nossa vida sejam extraordinárias, marcadas por experiências e realizações que não gostaríamos que acabassem, nós crescemos, evoluímos, e com isso os ciclos se encerram e tomamos caminhos diferentes. Às vezes, é melhor encerrar um ciclo no momento certo, para que tudo que foi vivido até aquele momento seja uma saudosa lembrança de dias bons, de alegrias e aprendizados, porém na certeza de que devemos caminhar sempre adiante. Pois, quando menos esperamos, nossas histórias podem mudar e tomar rumos completamente diferentes após um simples ato de atravessar a faixa de pedestres. E depois, nos resta apenas seguir em frente e “Let it be”.
Que possamos viver nossa vida do mesmo modo como apreciamos um disco dos Beatles: repleto de beleza; de melodias alegres, tristes e esperançosas; de momentos maravilhosos, sabendo que mesmo após o disco ter tocado a sua última faixa tudo terá valido a pena.
“And in the end, the love you take is equal to the love you make.”
(Lennon/ McCartney)